20080713

a volta do dilema raskolnikov (parte I)

sexta passada, num seminário sobre cibersegurança, o professor nos mostrou um site de uma companhia suiça, a wabisabilabi. a coisa funciona da seguinte forma;
  1. suponha que alguém descubra alguma vulnerabilidade (falha) em algum sistema de software.
  2. a falha é cadastrada no site com algumas informações básicas, como o qual o programa e qual o sistema operacional dela.
  3. agora ela vai a leilão aberto na internet, de modo que qualquer pessoa -ou empresa-, com qualquer propósito, possa comprá-la.

(por exemplo, caso alguém descubra alguma falha no site do banco do brasil, de modo que seja possível roubar com ela dinheiro, a pessoa pode "ensinar" outros a o fazerem, ganhando pra isso, sem nenhum problema.)

a primeira coisa que pensei foi: "porra! como é que eles fazem isso assim, na cara dura? é impossível que um site dessas proporções, tão organizado, aja de maneira clandestina, sem ninguém ver... ". lendo meus pensamentos, o professor fez o comentário que motivou esse post: "é... e tudo isso aí é legal (juridicamente falando). o problema é com relação ao uso da falha, coisa que eles não fazem...".

parei de escutar tudo. de repente, vi passando ao meu lado o próprio raskolnikov em pessoa, carregando seu famoso machado na mão; "e aí, cara, o que me diz disso? matar é crime? hackear é crime? explorar a fraqueza de outros, vendendo-as publicamente, é crime?"

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